10 de ago. de 2007

Fisioterapia Baseada em Evidências - Prognóstico

Olá pessoal.

Recebi algumas mensagens de pessoas que lêem o blog regularmente perguntando se eu tinha parado de escrevê-lo.
Na verdade eu não estava é conseguindo parar pra escrever. Muito trabalho (graças a Deus), inglês, pós, aulas e por ai vai.
Mas por outro lado fiquei feliz em saber que tem gente lendo e gostando do Blog.
Bom, mas chega de papo e vamos para o que interessa.
Dando seqüência, hoje vamos falar um pouco dos estudos de prognóstico. Mas qual a importância desses estudos? Entre elas estão a mudança de conduta frente ao conhecimento prévio de um prognóstico e também a informação que poderemos fornecer para nossos pacientes sobre sua doença ou condição, ou seja, são indispensáveis para profissionais da saúde e pacientes. Como definição, prognóstico seria a previsão do curso futuro de uma determinada doença, após sua instalação.
Antes de qualquer coisa é importante diferenciar fator prognóstico e fator de risco. Para explicar vamos usar o exemplo do infarto agudo do miocárdio (IAM). Alguns fatores de risco para o IAM seriam o fumo e a hipertensão, antes, é claro, do evento, no caso o IAM, ou seja, é utilizado para pessoas sadias. Após acontecido o evento, esses fatores passam a ser considerados fatores prognóstico, ou seja, em pessoas doentes. Sabe-se que a pressão baixa diminui o risco do desenvolvimento de um IAM, mas é um indicativo de pior prognóstico após um IAM.
Estudos de prognóstico só podem ser feitos com um tipo de delineamento: Estudos de Coorte, isso mesmo, com oo.
O texto que vamos usar como referência é este.

www.msu.edu/unit/chmrsch/Resources/4%20cohort%20studies.pdf

A primeira figura do artigo acima mostra uma Coorte romana que era formada por 300 a 600 homens e que 10 delas juntas formavam uma legião. O termo Coorte vem então da Roma antiga e comparativamente seria um grupo de pessoas que são acompanhadas no tempo, andando pra frente, a partir de uma determinada exposição para um ou mais desfechos (from exposure to outcome.).
Os estudos de Coorte podem ser concorrentes ou prospectivos, retrospectivos e bidirecionais. Como vocês podem observar na figura 2 do artigo do Grimes.
A lógica deste tipo de estudo é simples. A comparação é feita por um grupo exposto a um determinado fator com um outro grupo não exposto. Se o primeiro tem uma alta ou baixa freqüência de uma determinada condição, então existe uma associação entre a exposição e o desfecho.
Os estudos de coorte são a melhor forma de verificar a incidência e a história natural da doença. Vantagens: eticamente seguro, defini-se a duração e temporalidade dos eventos, critérios de inclusão e parâmetros de acompanhamento podem ser padronizados; desvantagens: identificação dos controles é difícil, a exposição pode estar ligada a fatores confundidores desconhecidos, não ocorre aleatorização, para doenças raras é inviável: necessária grande amostra e um longo período de acompanhamento.
Um dos mais conhecidos estudos de coorte é o “Framingham Heart Study”.
Qualquer dúvida ou sugestão pode ser feita na comunidade do Orkut: Compartilhando - Fisioterapia.
Boa leitura e até a próxima.

Nenhum comentário: